
Ataque cibernético paralisa instituição no Nordeste e gera prejuízo de R$ 400 milhões
Um dos maiores conglomerados farmacêuticos do país, o Grupo Jorge Batista, sediado em Teresina (PI), enfrenta uma crise sem precedentes após ser alvo de um ataque cibernético. O incidente paralisou completamente as operações da companhia e já acumula prejuízos superiores a R$ 400 milhões.
A ofensiva digital atingiu a Nazária Distribuidora Farmacêutica, braço logístico do grupo, e afetou diretamente a rede Drogarias Globo, presente em diversos estados do Norte e Nordeste. Com os sistemas internos indisponíveis há mais de sete dias, nenhuma venda foi registrada desde o início do ataque, comprometendo a cadeia de distribuição e atendimento ao cliente em escala regional.
Como reflexo direto da crise, a tradicional Mega Feira de Negócios, principal evento corporativo da empresa, foi adiada. A feira, que movimenta mais de R$ 150 milhões em dois dias, foi remarcada para os dias 24 e 25 de julho, após a total paralisação dos sistemas. A decisão foi oficializada em nota pública.
Fontes ligadas à área de segurança da informação confirmaram que o ataque foi realizado por um grupo conhecido como Gunra, que exige pagamento em criptomoedas sob ameaça de apagamento total dos dados da empresa. Técnicos têm trabalhado em regime emergencial, buscando restaurar os servidores sem ceder ao resgate, decisão reforçada pela diretoria do grupo, segundo apuração da imprensa local.
Há indícios de que outras empresas em ao menos dez países foram vítimas do mesmo grupo nas últimas semanas, o que reforça o caráter transnacional da ameaça.
Impacto operacional e risco para o setor
O prejuízo estimado já ultrapassa R$ 400 milhões, considerando perdas diretas, paralisação de vendas, rompimento de contratos, aplicação de multas e impacto operacional em larga escala. A empresa também corre risco de perder dados contábeis, contratos e documentos estratégicos, caso não consiga recuperar os arquivos sequestrados.
Apesar da gravidade, o caso ainda não ganhou destaque na imprensa nacional. Internamente, a avaliação é de que o silêncio seria uma estratégia para conter danos e manter o controle da situação. No entanto, o mercado segue sem informações claras, o que aumenta a insegurança de fornecedores e parceiros.
Um alerta para todo o setor
Este episódio reforça a urgência em ações de políticas públicas robustas para proteção cibernética empresarial. Especialistas destacam a necessidade de protocolos nacionais, investimento em inteligência digital e criação de linhas emergenciais de suporte em casos de ataques como este.
Mais do que um ataque a uma empresa, trata-se de uma ameaça à estabilidade de toda a cadeia de abastecimento farmacêutico, que atende milhões de brasileiros.
A Central dos Hospitais reforça a importância da cibersegurança no setor da saúde e permanece atenta a novos desdobramentos deste caso. Além disso, está em estudo a criação de uma espécie de repositório de denúncias de crimes digitais, com envolvimento de diversos entes como: Ministério público, Polícia civil, entidade privadas de segurança digital, Central dos Hospitais, entre outros. As conversas acerca deste tema se iniciarão até o final deste mês, não fique de fora.