População idosa superará jovens até 2080: como as instituições de saúde devem se preparar?
De acordo com um estudo das Nações Unidas, a população global atingirá seu pico com 10,3 bilhões de habitantes até a década de 2080. Nesse período, o número de idosos (65+) superará o de menores de 18 anos, desafiando as estruturas de seguridade social dos países.
As baixas taxas de fertilidade aceleraram esse processo, e estima-se que, em meados dos anos 2030, o número de pessoas com mais de 80 anos será maior que o de bebês com menos de 1 ano. Em muitos países, as taxas de natalidade estão abaixo do nível necessário para manter a população sem depender da imigração, com algumas nações enfrentando taxas de fertilidade ultrabaixas.
A imigração ajudará alguns países a mitigarem os efeitos da queda nas taxas de natalidade, mas outros enfrentarão desafios adicionais devido à emigração. Em países que atingiram ou estão perto de atingir o pico populacional, a ONU recomenda políticas de apoio à família e ao trabalho feminino, além de investimentos no cuidado com a população idosa.
Impacto no Brasil
O Brasil será um dos próximos a ter de encarar de frente essa transformação demográfica. O estudo inclui o país no grupo cuja população poderá atingir seu pico já a partir do ano que vem. A projeção dialoga com os resultados do último censo, no qual descobriu-se que a população brasileira era menor do que o previsto anteriormente pelo IBGE e registrou, na última década, o menor crescimento da História. Além do Brasil, nações como Turquia, Irã e Vietnã também devem chegar ao seu auge entre 2025 e 2054.
Preparação das Instituições de Saúde
Diante desse cenário, as instituições de saúde devem se preparar para lidar com o aumento significativo da população idosa ao longo dos anos. Isso envolve diversas estratégias, como:
Capacitação de profissionais: Investir na formação e treinamento de profissionais especializados em geriatria e gerontologia, capazes de atender às necessidades específicas dos idosos.
Infraestrutura adequada: Adaptar e ampliar a infraestrutura dos hospitais e clínicas para garantir acessibilidade e conforto aos idosos, incluindo equipamentos e tecnologias assistivas.
Serviços de saúde integrados: Desenvolver programas de saúde integrados que incluam atendimento médico, suporte psicológico e assistência social, promovendo um cuidado holístico ao idoso.
Parcerias estratégicas: Estabelecer parcerias com instituições de pesquisa e outras organizações para desenvolver soluções inovadoras no cuidado com a saúde do idoso.
Políticas de prevenção e promoção da saúde: Implementar campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção de doenças crônicas e promoção de hábitos saudáveis desde a juventude.
Cuidados paliativos e hospitais de longa permanência: Ampliar a oferta de cuidados paliativos e hospitais de longa permanência, garantindo um fim de vida digno e confortável para os idosos.
Uso da tecnologia: Integrar tecnologias de telemedicina e monitoramento remoto para acompanhar a saúde dos idosos, especialmente aqueles com mobilidade reduzida.
Essas ações são fundamentais para que as instituições de saúde estejam preparadas para enfrentar os desafios impostos pela transformação demográfica prevista para as próximas décadas.
Fonte: Exame